quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cucu

Olá Mãe
Andei ausente daqui.
A razão foi porque de repente deixei de conseguir.
Enquanto que nos primeiros meses, me sentia bem vir escrever, agora não sinto o mesmo.
As saudades andam a apertar muito.
Muito mesmo.
Parece que cada dia que passa,dói mais um pouco.Parece impossivel a dor aumentar, mas a realidade tem sido essa.
apetece-me apenas estar sózinha e em silêncio.
Bj queria Mãe

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ontem foi o nosso dia

Olá Mãinha

Terça-feira, dia 20, foi o nosso dia.
É um dia só nosso.
Senti muito muito a sua falta.
Senti a falta do seu telefonema para me desejar um bom dia
Senti a falta da sua voz, e de brincar comigo a dizer que "tás quase uma mulher"...ahahahha

Passei um dia menos mau, fui ás aulas da parte da manhã e depois de almoço fui para a Azeitão.
Para mim foi muito importante ir ter consigo.
Levei umas flores, como sempre faço neste dia, desta vez levei umas amarelinhas, como a Mãe gosta.
Conversámos, o dia estava muito bonito e soube-me muito bem ter lá estado.
O Pai estava comigo, e o João também.
Depois fui ao Portinho, fui dar um beijinho á Nazaré e ela voltou a dizer que eu estava parecida consigo.
Á noite fui jantar com o João e comemos uma sapateira em sua homenagem.
A Mãe gostava tanto.:))
E eu também gosto.

Tenho saudades, querida Mãe



segunda-feira, 22 de março de 2010

Cá estou eu

Querida Mãe:
Tenho andado ausente, bem sei, mas não foi por mal, é apenas porque continuo sem conseguir escrever tudo o que sinto. No preciso momento em que vou para passar para o papel, neste caso, para o computador, fico bloqueada e não sai nada. Assim, e como o jeito para escrever não é muito, resolvi estar quieta, a bem dos eventuais leitores.
Ontem fez 3 meses. Passou num instante. Para mim continua a ser como se tivesse sido ontem.
Tenho sonhado imenso, tenho sonhado como se nada tivesse acontecido, como se estivessemos ainda em casa e pudessemos conversar. É tudo tão real e vivo nos meus sonhos que ao acordar fico ainda mais triste por perceber que afinal tudo não passou de um sonho.
Contudo, fico contente. Pelo menos, assim, vou matando as saudades que tenho suas.

No outro dia o Pai foi almoçar lá a minha casa. E deixe-me dizer-lhe aqui só para nós que ninguem nos ouve, que não foi igual.
Foi simpático, claro que foi, conversámos, relembrámos situações, mas, não foi igual.
Sentia-se a sua falta á mesa. Senti falta da sua presença, das suas recomendações, de tudo.
Nada é igual.
Sei que pode ser infantil da minha parte, mas eu queria andar para trás.
Queria senti-la, queria o seu cheiro, o seu toque, o seu calor.
Isto assim é muito dificil e digam o que disserem não tem graça.
A vida não tem graça e não tem sentido.
Estou farta
Morro de saudades
Eu QUERO a minha Mãe!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carnaval

Entretanto foi Carnaval.
Como a Mãe sabe, não gosto do Carnaval.
Já gostei, agora não.
Sabem-me bem os dias de férias e pronto, mais nada.
Mas, encontrei esta sua foto.
Foi tirada em 1935, a Mãe tinha 3 anos e estava mascarada
Adoro esta foto.
:)

Novidades

Querida Mãinha

Novidade, novidades, até que nem tenho.
Nada de extraordinário ou de novo se passou.
O Piloto fez 50 anos, e fez o almoço de aniversário dele, no domingo em casa da Larú.
Lá fomos todos. O almoço estava bom, a ementa foi arroz de pato, que o Pai voltou a dizer que a Mãe e eu tinhamos a mania que o Pai gostava...ahahah o que me ri. O Pai já se esqueceu que há uns anos atrás íamos almoçar, depois da missa, ao Sacramento, pois eles faziam arroz de pato, e o Pai delirava.O Pai disse assim: "Tás tornada na tua Mãe, a dizer que eu gosto de arroz de pato, que mania a vossa, eu até nem aprecio". O que eu me ri, ao lembrar-me que ambas diziamos isto e que trocavamos olhares quando o Pai respondia. Soube bem. Havia também bacalhau com broa no forno, para quem não gostasse de pato (blééé). Os acompanhamentos eram batatinha a murro e esparregado. Estava tudo uma delicia. Para sobremesa tinha torta de Azeitão feita pela Larú e o Piloto fez bolo de bolacha. Comentámos logo duas coisas: 1º- o creme não era igual ao da Mãe, eu reclamei logo, nem a cor nem a textura nem o sabor.
2º- uma coisa a Mãe ia gostar, as bolachas sabiam bastante a café, e estava muito bom. Uma delicia, aliás.
Tirámos umas fotos e passou-se o dia.

No sábado estive em Azeitão, fui lá a casa absorver cheiros e recordações. Andei por lá a deambular, abri janelas e arrumei coisas. Depois fui ter com a Inês ao stand. Gosto de lá ir, sinto-me bem e em paz. Ela, com o seu bom feitio e amizade, diz sempre que eu não incomodo, e eu aproveito e fico ali sentada. Falámos de bolos, de receitas e da bimby. Vi fotos novas da Marta a andar a cavalo, tá tão gira, enorme, bonita e com o sorriso da Inês.
E, depois claro como não podia deixar se ser, falamos de si, e sabe uma coisa?
A Inês é da mesma opinião que eu.
Ela e eu achamos que nada sucedeu, a Inês continua á espera de ver a Mãe entrar pelo stand adentro.
Ela e eu achamos apenas que a Mãe se ausentou momentaneamente, e que vem já.
Eu também acho isso. :)
E fico muito contente por a Inês também achar o mesmo.
É porque temos razão.
Fiquei mesmo contente.
Eu continuo aqui Mãinha, á espera de a reencontrar.
Morro de saudades suas, querida Mãe,e espero que o nosso reencontro esteja para breve.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Olá Mãe

Olá Querida Mãe
Cá estou.
Nada de muito especial aconteceu esta semana.
Bem quer dizer, o Piloto fez anos. Imagine, fez 50 anos. Ainda nos rimos ao telefone, pois ele diz que não se imagina com 50 anos....ahahaha
Pois nem eu o imagino com 50.
O almoço de aniversário vai ser no domingo em casa da Lena, e lá a espero para podermos conversar um bocadinho.
Tenho tantas saudades das nossas conversas
A Mãe acredita que todos os dias quando chego a casa vou direita ao telefone, como sempre fazia?
Depois é que me lembro que a Mãe de momento, não está, não pode atender.
Temos tido um Inverno como há muitos anos não tinhamos
Frio e chuva, muita chuva.
Mas ainda ninguem esteve doente, com excepção da Malagueta que se farta de espirrar.
O João tem ido comigo visitá-la todas as semanas, mas também não preciso de estar a dizer isto, não é?
A Mãinha sabe!
Amanhã irei novamente conversar e fazer uma visita.
Um beijo grande minha Mãe
Morro de saudades suas!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cá estou eu

Olá Mãinha
Cá estou eu outra vez.
Esta semana isto não tem andado nada bem.
As coisas têm sido dificeis
Ontem estive com a Larú e relembrámos a Mãe.
Os seus ditos , a sua maneira de dizer as coisas, e a sua maneira de ser.
eu acho que irá ser sempre inevitável.
Cada dia que estivermos juntas, a conversa irá ser sempre um pouco sobre a Mãe.
E aqui não consigo evitar de me lembrar das suas palavras
Quando a Mãe me vinha dizer qualquer coisa, e eu fazia aquele ar de "sim, sim, ok tá bem, não me chateeis", a Mãe acabava sempre a conversa com a seguinte frase:
"Quando eu morrer, vais sentir muito a minha falta".
e mais uma vez a Mãe tinha razão.
Sinto muito a sua falta.
Sinto a falta do seu toque, do seu carinho, do seu sorriso, das suas descompusturas, dos seus conselhos, das suas palavras amigas.
Sinto a sua falta, querida Mãe.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Torta de Azeitão

Olá Mãinha

Como sabe nunca consegui fazer torta de Azeitão.
Ora, era a torta que saía mal, ou, o mais frequente era o creme de ovos sair mal, gastava uma série de ovos e népias, nunca consegui fazer...nunca.
Hoje decidi fazer uma torta de Azeitão, o João andava há que tempos a pedir-me e, então eu hoje decidi-me.
Antes de começar a fazer a torta, e enquanto tirava os ovos do frigorifico para não estarem muito frios, falei consigo.
Pedi ajuda!
E pimba, pûs mão á obra.
Fiz tudo com calma e ia conversando
Bati muito bem as claras,forrei o tabuleiro, acendi o forno, e lá fui fazendo calmamente.
Engraçado que sempre me senti nervosa ao fazer esta torta, talvez por nunca me sair bem, suponho eu, mas hoje estava calma e confiante.
Enquanto a torta estava no forno fiz o creme de ovos, e pela primeira vez......................................saíu BEM!!!!
Eu nem queria acreditar.
Nem mexi mais, fiquei ali sentadinha á espera que a torta acabasse.
Até tinha medo de respirar.
Por fim, terminou o tempo da torta no forno.
Estendi o pano, conforme me ensinou, e catrapuz, torta lá para cima.
Estava loirinha e toda direitinha.
Fui buscar o creme de ovos e barrei-a.
Depois, veio outro problema....enrolar a torta.
Estava cheia de medo de parti-la, mas lá fui enrolando a pouco e pouco, e saiu bem.
Quer dizer partiu um bocadinho, mas eu penso que é aquele bocadinho da praxe. :)
Ficou linda, quer dizer, pelo menos na minha opinião.
Passados nem 5 minutos aparece o João de faca em riste e a salivar por uma fatia.
A torta ainda quente, mas quem o parava??
Lá cortámos a 1ª fatia.
E, sabe uma coisa????
Está uma delícia. Mesmo boa, Fofinha, muito fofinha
Que maravilha!!!

Obrigada , minha Mãe, pela sua ajuda
Por fim consegui fazer uma torta, digna de apresentação.
Sei que iria ficar orgulhosa
Deixo aqui uma foto para poder ver, como me saí

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A baixa

A long, long time ago, antes de existirem centros comerciais, os rapazes terem brincos e usarem as calças a cairem pelas pernas abaixo, a Baixa era o centro comercial da cidade.
Na baixa, existia tudo, todas as lojas e quase todos os serviços.
Tudo se podia comprar.
E a minha Mãe adorava a baixa
Ah, preciso de uns sapatos.............vou á baixa
Ah, preciso de um vestido..............vou á baixa
Ah, os miudos precisam de casacos para o inverno..........vou á baixa
Á baixa ia-se para tudo e até se ia “para desanuviar” como dizia a minha Mãe.
A minha Mãe sempre foi Mãe e mulher de alguem, e deve ter havido muitos dias concerteza que não nos podia ver á frente, e então metia-se no electrico e lá ia ela para a baixa.
Irónico , as it may seems, a minha Mãe ia para a confusão para ter tempo para ela, para pensar, para passear e para estar sózinha.
Era o dia dela, eram os seus momentos.
Momentos sem ninguem a chatear, ou pedinchar qualquer coisa.
Vinha para casa cansada, mas revigorada e feliz.
Muitas vezes íamos as duas.
A agitação começava á hora de almoço, “vá, vamos almoçar cedo, para nos despacharmos para ir á baixa”. E lá íamos nós, as duas no eléctrico amarelinho dos antigos, daqueles que demoram uma eternidade a chegar e que tinham 50.000 paragens.
Mas, nós tinhamos tempo, íamos com todo o tempo do mundo.
Íamos para disfrutar!
Podiamos ir de comboio, mas o comboio era muito rápido, e nós não queriamos ter pressa.
Nós queriamos ir sentadinhas para ver o que havia de novo, ou apenas para ver as ruas, os prédios, as pessoas, as árvores, enfim, para termos tempo de ver tudo.
E, finalmente lá chegávamos à Praça do Comércio, paragem final.
A partir daqui íamos entrando e saindo das lojas, comparando preços, os tecidos, os acabamentos, os modelos.
Era ponto assente que tinhamos que ir aos armazéns do Chiado, ao Grandella, ao Braz & Braz, ao Paris em Lisboa, á Lisbonense e finalmente ao Jerónimo Martins.
Nestas tardes eu tinha direito a um chocolate da Regina, ou a uma sombrinha de chocolate, mais velha seria um gelado ou coisa parecida.
Sabia-me tão bem.
A minha Mãe tinha o passo rápido e nós percorriamos as ruas todas de alto abaixo. Era um frenesim.
Muitas vezes íamos dizer “olá” ao meu Pai, que trabalhava ali num banco na Rua do Ouro.
Era uma visita rápida, mas eu gostava de lá ir, ver os colegas, o sitio onde trabalhava, o movimento e por vezes pensava se algum dia também iria trabalhar num sitio assim (ingenuidade própria da idade). Vinhamos novamente para a rua e dáva-mos a última voltinha, antes de irmos esperar o eleétrico de volta para casa, na Praça do Comércio.
Chegávamos a casa cansadas, mas felizes.
A minha Mãe adorava a baixa.
E, hoje fui passear pela baixa. Desci o Chiado, dei-lhe a mão, e percorri as ruas principais para baixo e para cima com ela ali mesmo ao meu lado.
Foi bom recordar
Foi bom fazer uma coisa qque há muito não fazíamos.
Foi bom.
Mãe, tenho muitas saudades suas!!!!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Hoje fui visitá-la

Querida Mãe,
Hoje como em outros dias passados, fui visitá-la.
Não, não fui á nossa casa em Lisboa.
Fui a Azeitão.
Fui ao cemitério
Sim, eu sei, nunca isto nos passou pela cabeça, não foi?
Ao cemitério, eu ia na companhia da minha Mãe ver os meus Avós, mais tarde, muito mais tarde o meu tio (irmão da minha Mãe), mas nunca, nunca me passou pela ideia, o fazer o mesmo percurso para ir visitar a minha Mãe.
Parece-me, aliás, irreal.
Sinceramente, eu vou lá, sento-me, converso, arrumo as flores, faço festas na terra, choro, desabafo, rio, imploro, confesso-me, mas................não consigo acreditar que é lá que a minha Mãinha está.
É impossivel!
Saio de lá, como se de um sonho saisse.
Não é real e não consigo conceber esta "realidade".
Quero acordar e pensar que foi apenas um pesadelo
Tipo "ufa", acordei, já passou
E, depois como tantas vezes, o fiz, ir a correr ou telefonar, apenas para contar á minha Mãe o pesadelo que tinha ido. Por vezes ríamo-nos as duas e brincávamos com o sucedido.
E, por isso, continuo á espera de acordar deste pesadelo.
Um beijo grande minha querida Mãe
Até amanhã

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Faz hoje 1 mês 21.01.2010

Pois é.
Faz hoje 1 mês!
Faz hoje 1 mês que deixei de poder sentir, poder tocar, poder falar, poder ver, e de nada poder com a minha Mãe.
1 mês pode parecer pouco, ou muito, conforme!
Para mim tem sido uma eternidade.
Uma eternidade pois cada dia que passa, sinto-me sózinha, triste, vazia, zangada, perdida, sinto um turbilhão de sentimentos contraditórios, sinto um aperto no coração, um nó no estomago, um peso de dor imensa. Sinto como nunca supus que fosse possivel sentir na vida.
Por outro lado, 1 mês passou rápido, foram 30 dias que eu não dei por nada, foram 30 dias que voaram, mas tendo passado rápido ou não existe uma questão que continua sem resposta: "Como é a vida sem a minha Mãe?"
Como se vive sem um rumo, sem uma bussola, sem a orientação?
Sem a sua voz energica e sempre bem disposta
Sempre com energia e força de viver
Sempre amiga.
Sempre disponivel
Sempre presente
Sempre cristã
Sempre Mãe

Eu sei que a vida não pára
Mas para mim parou
Nada tem graça, nada tem significado
Nada é igual

EU QUERO A MINHA MÃE!!!!!!!!!!!!!!!


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Faz hoje 1 mês, que minha Mãe deu entrada no hospital (19.12.2009). Queixava-se de fortes dores abdominais.
O médico (um excelente médico), diagnosticou de imediato isquemia intestinal aguda - Redução súbita do fluxo sanguíneo à determinada parte ou todo o intestino de tal intensidade que não seja possível manter sequer o metabolismo basal havendo consequentemente morte celular e necrose.-

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Com 16 meses

A minha Mãe, Maria de Nazareth Correia da Costa nasceu no dia 18 de Julho de 1932, em vila Nogueira de Azeitão,filha de Paulino da Costa Deitado e de Maria Benedita Correia da Costa.Foi a 2ª filha do casal.
Faleceu no dia 21 de Dezembro de 2009, ás 22:50, no Hospital da C.U.F., rodeada dos 3 filhos.
Aqui irei tentar por recordações, lembranças, memórias, fotografias e sentimentos.

Inicio

Olá!
O meu nome é Isabel. Não tenho jeito nenhum para escrever, e portanto nunca consigo transcrever o que sinto. Felizmente que sou capaz de sentir, ao menos isso.
Este blog surge da necessidade que sinto de tentar exprimir o que sinto, por aquela que foi a pessoa mais importante na minha vida, a minha amiga, a minha imagem, a minha ideia de perfeição, o meu ideal, e o meu pilar. Sem ela eu não existiria, e muito menos seria como sou hoje.
Este blog é dedicado á minha Mãe!