segunda-feira, 22 de março de 2010

Cá estou eu

Querida Mãe:
Tenho andado ausente, bem sei, mas não foi por mal, é apenas porque continuo sem conseguir escrever tudo o que sinto. No preciso momento em que vou para passar para o papel, neste caso, para o computador, fico bloqueada e não sai nada. Assim, e como o jeito para escrever não é muito, resolvi estar quieta, a bem dos eventuais leitores.
Ontem fez 3 meses. Passou num instante. Para mim continua a ser como se tivesse sido ontem.
Tenho sonhado imenso, tenho sonhado como se nada tivesse acontecido, como se estivessemos ainda em casa e pudessemos conversar. É tudo tão real e vivo nos meus sonhos que ao acordar fico ainda mais triste por perceber que afinal tudo não passou de um sonho.
Contudo, fico contente. Pelo menos, assim, vou matando as saudades que tenho suas.

No outro dia o Pai foi almoçar lá a minha casa. E deixe-me dizer-lhe aqui só para nós que ninguem nos ouve, que não foi igual.
Foi simpático, claro que foi, conversámos, relembrámos situações, mas, não foi igual.
Sentia-se a sua falta á mesa. Senti falta da sua presença, das suas recomendações, de tudo.
Nada é igual.
Sei que pode ser infantil da minha parte, mas eu queria andar para trás.
Queria senti-la, queria o seu cheiro, o seu toque, o seu calor.
Isto assim é muito dificil e digam o que disserem não tem graça.
A vida não tem graça e não tem sentido.
Estou farta
Morro de saudades
Eu QUERO a minha Mãe!!!

1 comentário:

  1. Minha querida Isabel, grita alto, muito alto... a tua dor de saudade e ninguém tem nada com isso.
    Contranatura seria, a tua dor silenciosa,nada mais intenso e legítimo o Amor seja ele qual fôr.
    Por isso GRITA!
    Teresinha

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